É normal o ser humano idealizar as coisas. É natural do ser humano a projeção ou a idealização de um mundo que ainda não existe. Imagina-se como será o carro do futuro, como será a internet do futuro e como serão as cidades e seu cotidiano. Porém alguém já se perguntou como será o mundo se extrairmos dele algo que já existe? Como seria um mundo sem a pobreza? Alguém já se perguntou a respeito? Muhammad Yunus, economista de Bangladesh, fez essa pergunta a sí mesmo. E foi mais além! Renunciou teoria econômicas muitas vezes ensinadas por ele na Universidade de Dhaka, e promoveu uma das maiores ações de combate a pobreza já observadas na história, criando o Banco Grameen. E qual seria a diferença do Banco Grameen para os bancos tradicionais? A diferença está em seus clientes que resumem-se a mulheres mães de família que vivem abaixo do nível da pobreza, e que não conseguem se desvincular da mão de agiotas, patrões que os tratam como escravos e pessoas que tiram todo o proveito de um mal social como a pobreza. Emprestar dinheiro a mulheres pobres, muitas das quais analfabetas, sem exigir nenhuma garantia em troca pode num primeiro momento parecer algo insensato e fadado ao fracasso, mas o que observa-se é algo impressionante!!!! Aproximadamente 98,85% de recuperação dos recursos disponibilizados para empréstimo, muito superior ao observado por bancos normais, equivalendo a cerca de 7 milhões de pessoas atendidas e com melhora consideravel na sua forma de viver. Mas qual seria o segredo desse sucesso? É simples, o dinheiro é apenas emprestado para pessoas que tenham alguma habilidade pessoal, algum dom nato, alguma atividade que possa efetuar e que acredite possa ganhar dinheiro com ela, ou seja, uma atividade autônoma. Infelizmente, a Teoria Microeconômica tida como aceita, não menciona esse importante evento de inclusão social que é o sustento como atividade autônoma, motivo pelo qual deveria levar a todo economista ver a Teoria Econômica como incompleta e incapaz de resolver todas as situações, ou sequer prevê-las. Yunuz conseguiu, ao disponibilizar quantias mínimas de 10, 15 ou 20 dólares, estabelecer a confiança e a auto-estima em pessoas que se encontravam a margem de qualquer sociedade, fora de qualquer estatística "economicamente ativa", e mostrar que é totalmente possível tornar a pobreza um artefato de museu e algo que um dia já fez parte da humanidade, e não como algo que nos gera indiferença e repudio. Definitivamente ele é o Banqueiro dos Pobres!
segunda-feira, 21 de abril de 2008
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